Não há receita para a saúde emocional

Não há uma receita para a saúde mental ou emocional, cada pessoa é uma, possui uma história de vida, suas referências, valores e vivências singulares. O que é saudável para uma pessoa pode não ser para outra.

A saúde não é um modelo, mas um processo, que implica numa experienciação e transformação constante da doença em algo novo e distinto. Uma saúde emocional criativa não parte de um modelo do que seja saudável, mas possibilita a cada pessoa perceber o que faz bem e o que não faz bem para si, de modo a fazer escolhas mais salutares.

Inclusive, há sempre a possibilidade de ter algo de saudável na doença e algo de doente na saúde. Por isso, a pessoa emocionalmente saudável não luta para evitar ou fugir dos sofrimentos, mas busca fazer algo deles, se abrindo às experiências e transformando estas. Entende que o que lhe é saudável só pode ser avaliado a partir de si mesma.

"Não existe uma saúde em si, e todas as tentativas de definir tal coisa fracassaram miseravelmente. Depende do seu objetivo, do seu horizonte, de suas forças, de seus impulsos, seus erros e, sobretudo, dos ideais e fantasias de sua alma, determinar o que deve significar saúde também para seu corpo. Assim, há inúmeras saúdes do corpo."
(Friedrich Nietzsche, em 'A Gaia Ciência')

Segundo Nietzsche, a saúde corresponde à capacidade de manter os afetos em movimento e criar novos modos de vida, se recriando a todo momento. Ele chama de "grande saúde" aquela que é potente e alegre, que supera os momentos de dificuldade, pois se conquista e se reconquista constantemente a partir do embate com o sofrimento.

A pessoa que avalia a vida a partir de suas próprias experiências e não de uma moral ou de um guia externo, percebe o que lhe amplia e o que diminui sua potência de agir. Não precisa lutar contra o que o lhe faz sofrer, mas redireciona suas disposições e afetos para o que o lhe é salutar, reconhecendo e valorizando suas peculiaridades.

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